Isso aconteceu quando eu tinha onze ou doze anos (agora eu tenho
23), eu me lembro de estar limpando o meu quarto depois de ter chegado da
escola. Era uma tarde fresca de primavera.
A minha mãe tinha saído por meia hora para ir pegar a minha irmã na casa de uma
amiga dela, e o meu pai estava trabalhando. Eu estava sozinha em casa.
Então, lá estava eu sozinha e sem vontade nenhuma de limpar o meu quarto, eu
liguei o rádio, abri o meu armário e comecei a revirar as coisas dentro dele. As
portas do meu armário tinham espelhos, e isso as vezes me assustava, já que eu
tinha uma imaginação bem fértil, mas o que aconteceu em seguida realmente me
assustou.
Eu estava mexendo nas minhas coisas quando eu ouvi uma voz bem estridente dizer
algo. Pensando que podia ser a minha mãe e a minha irmã que tinham chegado, eu
desliguei o rádio e gritei "Mãe?" Ninguém respondeu, então eu deixei de lado e
liguei o rádio de novo.
Alguns segundos depois eu ouvi a voz de novo, então eu desliguei o rádio e ouvi
a voz de uma menina, provavelmente seis ou sete, gritando sem para da cozinha
"Mamãe!! Mamãe!! Mamãe!!"
O meu quarto ficava do outro lado da casa, então eu corri para a cozinha para
ver o que estava acontecendo, quem era que estava lá. QUando eu abria porta, não
tinha ninguém lá dentro. Não tinha vento nenhum dentro da casa, mas a lixeira de
plástico voou da pia na minha direção, como se alguém tivesse jogado ela em mim.
Eu sai da casa e fiquei lá fora por mais uns 25 minutos esperando a minha mãe
chegar com a minha irmã.
Eu não contei para elas o que tinha acontecido até alguns anos depois, mas tenho
visto e ouvido coisas como essa desde os cinco anos de idade. É difícil contar
para as pessoas as coisas que acontecem, principalmente quando você sabe que
elas não vão acreditar no que você está dizendo, que está simplesmente
inventando tudo.
Michele - Cambucí - RJ